O descontentamento com a manipulação das redes sociais por meio de algoritmos que exploram uma "vulnerabilidade da psicologia humana" e que criam um "ciclo de retroalimentação de validação social" foi revelado por um ex-presidente do Facebook. Em reportagem ao El País, Chamath Palihapitiya diz que lamenta ter participado da criação de ferramentas que destroem o tecido social.
Cito, da reportagem, o seguinte parágrafo, reproduzido abaixo:
O ex-vice-presidente do Facebook alertou que os comportamentos das pessoas estão sendo programados sem que elas percebam. “Agora você tem que decidir o quanto vai renunciar”, acrescentou. Palihapitiya fez referência ao que aconteceu no estado indiano de Jharkhand em maio, quando mensagens falsas de WhatsApp sobre a presença de supostos sequestradores de crianças acabaram com o linchamento de sete pessoas inocentes. “Estamos enfrentando isso”, criticou Palihapitiya, acrescentando que esse caso “levado ao extremo” implica que criminosos “podem manipular grandes grupos de pessoas para que façam o que eles querem”.
Confira a íntegra da reportagem aqui.
Isso apenas reflete algo que venho pensando há algum tempo: de que certas redes sociais precisam ser encaradas apenas como ferramenta de comunicação e não para interação... Entendo, entretanto, o quão difícil é resistir à tentação de monetizar a fidelidade conquistada por meio do estímulo dopamínico (Facebook vicia!) e, como o Facebook é uma empresa, mais difícil fica essa missão...
Como resolver isso? Tirar o sistema de curtidas e de interação minoraria a questão? Talvez... Mas, o que temos para hoje é que precisamos controlar nosso impulso (estimulado) de mostrar o que somos, onde estamos, o que queremos e para onde vamos em redes sociais... Olho no olho e menos na tela, deve ser um mote para carregar para a vida toda, doravante!
Nos vemos em outra ocasião!
Sigamos!