1. O turbulento pós-morte de Michael Jackson
Para quem teve uma vida atribulada e cercada de mistério, não é surpresa acompanhar a turbulência advinda da morte de Michael Jackson. Depois de anos no esquecimento, a ex-enfermeira Debbie Rowe, que deu à luz Prince Michael e Paris Michael Katherine, diz que os dois não são filhos do astro pop – ela teria engravidado de um doador de esperma anônimo, mas não deu nenhuma prova a respeito disso. Não bastasse a questão dos filhos, as circunstâncias da morte de Michael Jackson também são objeto de discussão entre a família do cantor e seu médico particular, o cardiologista Conrad Murray. Segundo o site TMZ, o mesmo que anunciou em primeira mão a morte de Michael, a família Jackson está desconfiada de que Murray tentou fazer a ressuscitação do cantor em uma cama, quando o recomendado é fazê-la sobre uma superfície dura. Os Jackson pedem uma segunda autópsia para saber qual foi a última droga injetada no cantor.
Política
2. Senado vai exonerar mais 4 para conter crise
A sangria provocada pelos escândalos em série no Senado ainda não acabou. A Mesa Diretor da Casa anunciou que vai exonerar quatro nomes da cúpula administrativa, todos de certa forma vinculados à figura do ex-todo-poderoso diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, como informa uma reportagem do jornal O Globo (íntegra para assinantes). São eles: Aloysio Novais Teixeira, diretor da Secretaria de Patrimônio; Sebastião Fernandes Neto, diretor da Secretaria de Coordenação e Execução; Shalon Granato, diretor da Secretaria de Controle Interno; e Dimitrius Hadjinicolau, chefe de gabinete da Secretaria de Estágios. É de se imaginar que essa limpeza não será a última, dada a extensão da influência de Agaciel ao longo dos anos que comandou administrativamente o Senado.
3. Serra só decide candidatura em março, diz Valor
O Valor Econômico (íntegra para assinantes) diz que, em encontro há duas semanas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador de São Paulo, José Serra (PDSB), teria lhe revelado que só vai tomar uma decisão sobre sua eventual candidatura à Presidência em março do ano que vem, prazo-limite para se desligar do Palácio dos Bandeirantes e disputar o Planalto. Segundo o jornal, Serra não estaria disposto a perder o cargo de governador do Estado mais importante do país caso não tenha certeza de que entra para vencer – apesar de, por enquanto, todas as pesquisas indicarem seu favoritismo. A um interlocutor próximo, Serra teria afirmado: “É uma balela essa história de que sou candidato de qualquer maneira”. É difícil crer que Serra deixe passar a grande oportunidade de se tornar, enfim, presidente. Talvez seja uma estratégia de “congelar” o debate presidencial até o limite, evitando uma polarização antecipada que acabou favorecendo Lula em sua reeleição. Até março, Serra e os tucanos poderiam costurar melhor sua estratégia para derrubar o sucessor de Lula.
Economia
4. Governo acerta retorno gradual do IPI
Numa reunião com empresários e sindicalistas, ontem, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, definiu os detalhes da prorrogação da isenção de IPI na venda de carros e eletrodomésticos (válida por mais três meses) e o retorno gradual do imposto. A partir de outubro, informa a Folha (para assinantes), as alíquotas para os automóveis vão recuperar um terço do que foi cortado; em novembro, mais um terço; e o último terço será restituído em dezembro. O anúncio deve ser feito nesta segunda-feira.
Saúde
5. Brasil registra primeira morte por gripe suína
Morreu ontem, em Passo Fundo (RS), o caminhoneiro Vanderlei Vial, de 29 anos, que havia contraído o vírus da gripe suína após passar uma semana na Argentina. Não há informações de que Vial apresentava alguma doença que o teria tornado mais vulnerável ao H1N1 – ou seja, sua morte foi mesmo uma decorrência do agravamento da gripe. O Estadão informa que a primeira morte por causa da doença não vai alterar a estratégia adotada pelo Ministério da Saúde. O argumento para não haver pânico é que a gripe suína tem características muito semelhantes às da gripe comum e um índice de letalidade considerado baixo – no mundo, é de 0,42% dos casos; no Brasil, apenas 0,16%.
Memória
6. Morre o jurista Goffredo da Silva Telles Júnior
O professor emérito do Largo São Francisco Goffredo da Silva Telles Júnior morreu no sábado, aos 94 anos, de causas naturais. O corpo foi velado no salão nobre da Faculdade de Direito, em cujas arcadas Goffredo leu, em agosto de 1977 a “Carta aos Brasileiros”, um texto emblemático em defesa do estado de direito no Brasil, que vivia sob a repressão do regime militar (1964-1985). Em sua longeva vida, lembra a Folha (para assinantes), Goffredo foi um adepto da campanha constitucionalista de São Paulo, em 1932; deputado constituinte, em 1946; e também secretário municipal da Cultura. Durante seu velório, foi lida uma saudação dele aos calouros da turma de 2007, que poderia servir muito bem a todos os “calouros” em Brasília. Nela, Goffredo pede aos advogados que resistam à tentação da corrupção. “Não é de estranhar que, em épocas corruptas, de ‘mensalões’, ‘sanguessugas’ etc., os setores normais da população vivam a clamar por ‘ética na política’.”
Mundo
7. Casal Kirchner assume derrota em eleições legislativas
Embora o resultado final ainda não tenha sido divulgado, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e seu marido, o ex-presidente Nestor Kirchner, reconheceram a derrota de seu Partido Justicialista (herdeiro do peronismo) nas eleições parlamentares realizadas ontem. O jornal Clarín diz que o casal K perdeu em seu principal reduto, a província de Buenos Aires, e em outros quatro distritos-chave (a própria capital, Córdoba, Santa Fé e Mendoza). A diferença não será muito grande para a União PRO, partido oposicionista liderado pelo empresário colombiano radicado na Argentina Francisco de Narváez, mas o suficiente para os Kirchner perderem a cobiçada maioria na Câmara e no Senado a partir de dezembro, quando os novos parlamentares tomam posse. Ou seja, a partir de agora, se quiser ter chances de reeleição, Cristina terá de fazer um governo muito mais aberto ao debate com seus opositores.
8. Deposto de pijamas, presidente de Honduras recebe apoio da OEA
Num golpe com enredo tipicamente latino-americano, um grupo de militares de Honduras determinou a expulsão do presidente eleito, Manuel Zelaya, que teria sido surpreendido pelos militares em sua casa, ainda de pijamas, relata o diário espanhol El País. Zelaya foi levado para a Costa Rica e, em seu lugar, com respaldo da maioria dos parlamentares, assumiu o presidente do Congresso, Roberto Micheletti. A deposição ocorreu porque Zelaya teria descumprido uma ordem judicial ao decretar, à revelia dos outros poderes, uma consulta nacional sobre a possibilidade de convocar uma nova Constituinte e aprovar uma Carta que lhe permitisse a reeleição. O golpe de Estado foi repudiado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e por todos os governos do continente, da Venezuela (aliada de Zelaya) aos EUA. O que virá agora é ainda incerto, mas está nítido que o novo comando hondurenho só conseguirá se manter à força.
9. Ahmadinejad determina investigação da morte de Neda
O presidente reeleito do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, enviou uma carta ao chefe do Poder Judiciário determinando a abertura de inquérito oficial sobre a morte da jovem Neda Agha-Soltan, de 26 anos, que se tornou símbolo da oposição após ser assassinada com um tiro no peito em meio a um protesto de correligionários de Mir Hossein Mousavi. Nessa carta, Ahmadinejad oferece “sentido pesar” pelo episódio, mas afirma que Neda foi morta “por elementos desconhecidos de uma forma completamente suspeita”. E, para não perder o costume, como relata o britânico The Guardian, o líder iraniano acusou a mídia estrangeira de “distorcer a pura e limpa imagem da República Islâmica do Irã”. Habilidoso em usar o discurso do intervencionismo externo, Ahmadinejad deve fazer da investigação do caso Neda um modo de tentar mostrar que está supostamente preocupado em buscar a verdade e, de certa forma, esfriar o ímpeto oposicionista.
Esporte
10. Dunga, um técnico de estrela
Ele pode ser teimoso e ranzinza com a imprensa, mas não há dúvida de que Dunga recolocou a seleção brasileira no caminho do futebol eficiente e vitorioso, sem precisar jogar feio. A espetacular virada contra um surpreendente EUA, na final da Copa dos Confederações, foi o sinal definitivo de que os jogadores estão focados e não se deixam abater quando em desvantagem. “Se, na Alemanha, o bi da Copa das Confederações significou um favoritismo desmedido para a conquista do hexa e que se travestiu em ambiente de festa permanente e de irresponsabilidade do comando e dos jogadores, eis aí um risco que o tri não trará para a busca da sexta estrela na África do Sul”, diz o colunista da Folha (para assinantes) Juca Kfouri. Futebol pode trair todas as previsões, mas vale o risco: o time de Dunga lembra bastante a determinada equipe de Felipão na Copa de 2002. E o hexa, desta vez, parece fadado a vir.