24/04/2012

Coisas de que não preciso para ser feliz

Frei Beto
Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do  Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam.
Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.
Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:
- 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'.
Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'.
'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'
'Que tanta coisa?', perguntei.
'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada.
Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!
Estamos construindo super-homens e super  mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente  infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias!
Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!'
Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se  apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.
Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este  tênis,  usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!'
O problema é  que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba  precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental  três requisitos são indispensáveis: amizades,  autoestima, ausência de estresse. Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.
Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de  missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito,  entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...
Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo  hambúrguer do Mc Donald...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:... "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser Feliz"!!

Frei Betto

O Circo do Autoritarismo

TER, 24 DE ABRIL DE 2012 13:49


Ainda perplexo, muito mais que indignado, com a postura do MPE e PM do Tocantins. Denunciar é crime. Para onde está se direcionando a Justiça? Nesse caminho tortuoso de ameaças, e violações de direitos, estaremos todos suscetível ao "humor" de autoridades que deveriam nos dar garantias.


Por Carlos Henrique Furtado

Estarrecedor, é a palavra certa, ao ser vítima do autoritarismo, e tendenciamento da Justiça. Não me abala a prepotência, depois de ter passado pela Ditadura Militar, onde os direitos eram segregados. Uma atitude prepotente, sem justificativa, com o intuito de ameaçar, constranger, e tentar impor o "cala boca" pela força bruta, me mostra estar no caminho certo, e que "eles" é que devem se preocupar.
Não vou aqui nem citar o promotor que, imbuído de "otoridade", se fez presente na minha casa, pois publicidade é o que ele quer. Mas essa "otoridade", em atitude prepotente, ignorando duas crianças de 6 e 7 anos que se assustaram ao ver o pai ser preso, assustaram-se.
Em nenhum momento, delegado, promotor, políciais, oficiais da PM, presentes em minha redação se atentaram que, ao defender os direitos de um adolescente de 17 anos, que era DJ da Boate, feriram e pisotearam os direitos de meus filhos, como já disse, de 6 e 7 anos. Mas estarrecedor, foi terem conduzido o menor, de 17 anos, até minha redação, e lá o terem pressionado a apontar nos vídeos em meu computador, sem a presença do Conselho Tutelar.
Mais uma arbitrariedade.
O fato é que, na posse de um Mandato de Busca e Apreensão, Delegado, policiais civis, oficiais da PM e promotor, forma na minha redação para apreender meus computadores, por conter video, que foi objeto de matéria jornalística, denunciando festa em Boate na cidade de Dianópolis, sudeste tocantinense.
Não satisfeito, o promotor queria, de qualquer jeito, que eu fosse preso, o que muito relutou o delegado presente, alegando não haver provas para a prisão. O insistente promotor mandava ligar o computador, e que se procurassem provas para que a prisão fosse efetuada, depois de muito tempo e de várias pessoas olharem fotos e vídeos, de repente o promotor aponta e diz; "Esse...é um menor. Pode dar voz de prisão para ele delegado". E assim foi feito.
Conduzido à delegacia, me disseram que estava preso em flagrante por ter material de sexo explícito com a presença de menor. O detalhe interessante é que promotor e delegado reconheceram que eram cenas de sexo explícito, mas o proprietário da Boate, Diego "Xodó", estava presente como vítima e testemunha de acusação.
A situação só foi amenizada após repercussão em Palmas, através do site Portal CT, do amigo Cleber Toledo, e da jornalista Raimunda, que além de ligar e acompanhar desde o momento da prisão, postou matéria e telefonou mobilizando sindicato e autoridades. Com isso, lá pelas 23h, o delegado me comunicou que eu poderia pagar fiança e ir embora. 
Detalhe: quem teria mais de 3 mil reais àquela hora, em espécie? 
Uma mobilização de amigos conseguiram. Pago a fiança fui liberado, chegando em minha casa por volta de 1h. Além da mobilização jornalística de Cleber Toledo, a presença constante de amigos na delegacia, ajudou a que a situação não tomasse caminhos mais graves. Destaco os empresário Gustavo Aires, José Filho, o vereador Junior (PV), além de vários amigos. O certo é que apenas dois oficiais deram depoimentos, figurando como testemunhas de acusação, nem foto, nem vídeo, nada para corroborar o motivo pelo qual eu estava sendo preso.
Mas meus computadores ficaram apreendidos, sem ser relacionados quantos vídeos e fotos continham, ou seja, podem a qualquer momento "plantar" o que quiserem. já que estamos vivendo tempos de arbitrariedades...

Fonte: Sudeste Hoje

13/04/2012

Os olhos da cara

Lentes de ouro e diamante...
um hit da moda???
Lentes decoradas com ouro e diamantes vão se tornar um hit da moda, disse e seu inventor, um oftalmologista indiano Chandrashekhar Chawan (“Cavan”). O par destas decorações de seus olhos, pesa cinco gramas custam US $ 16.000. Além da moda ainda tem os valores desses detalhes para um ser humano, porque o produto inteiro está indo para a caridade. Cavan o oftalmologista indiano de Mumbai desenvolveu uma nova forma de usar diamantes e ouro - projetou uma lente de contato revestidas com estes materiais valiosos, que se espera ser um verdadeiro sucesso entre os ricos e famosos.
Trata-se de lente de apenas cinco gramas, incorporando 18 diamantes embutidos em ouro amarelo e branco, o preço de tais decorações para os olhos é incrível 16.000 dólares por par. Eles são feitos para que não seque seus olhos, mas ainda permitindo a passagem de ar, ao contrário da maioria dos"normais" as lentes, que são muito agradável de utilizar. "As reações são diferentes, alguns dizem que está horrível.
Outras imagens: