24/04/2012

O Circo do Autoritarismo

TER, 24 DE ABRIL DE 2012 13:49


Ainda perplexo, muito mais que indignado, com a postura do MPE e PM do Tocantins. Denunciar é crime. Para onde está se direcionando a Justiça? Nesse caminho tortuoso de ameaças, e violações de direitos, estaremos todos suscetível ao "humor" de autoridades que deveriam nos dar garantias.


Por Carlos Henrique Furtado

Estarrecedor, é a palavra certa, ao ser vítima do autoritarismo, e tendenciamento da Justiça. Não me abala a prepotência, depois de ter passado pela Ditadura Militar, onde os direitos eram segregados. Uma atitude prepotente, sem justificativa, com o intuito de ameaçar, constranger, e tentar impor o "cala boca" pela força bruta, me mostra estar no caminho certo, e que "eles" é que devem se preocupar.
Não vou aqui nem citar o promotor que, imbuído de "otoridade", se fez presente na minha casa, pois publicidade é o que ele quer. Mas essa "otoridade", em atitude prepotente, ignorando duas crianças de 6 e 7 anos que se assustaram ao ver o pai ser preso, assustaram-se.
Em nenhum momento, delegado, promotor, políciais, oficiais da PM, presentes em minha redação se atentaram que, ao defender os direitos de um adolescente de 17 anos, que era DJ da Boate, feriram e pisotearam os direitos de meus filhos, como já disse, de 6 e 7 anos. Mas estarrecedor, foi terem conduzido o menor, de 17 anos, até minha redação, e lá o terem pressionado a apontar nos vídeos em meu computador, sem a presença do Conselho Tutelar.
Mais uma arbitrariedade.
O fato é que, na posse de um Mandato de Busca e Apreensão, Delegado, policiais civis, oficiais da PM e promotor, forma na minha redação para apreender meus computadores, por conter video, que foi objeto de matéria jornalística, denunciando festa em Boate na cidade de Dianópolis, sudeste tocantinense.
Não satisfeito, o promotor queria, de qualquer jeito, que eu fosse preso, o que muito relutou o delegado presente, alegando não haver provas para a prisão. O insistente promotor mandava ligar o computador, e que se procurassem provas para que a prisão fosse efetuada, depois de muito tempo e de várias pessoas olharem fotos e vídeos, de repente o promotor aponta e diz; "Esse...é um menor. Pode dar voz de prisão para ele delegado". E assim foi feito.
Conduzido à delegacia, me disseram que estava preso em flagrante por ter material de sexo explícito com a presença de menor. O detalhe interessante é que promotor e delegado reconheceram que eram cenas de sexo explícito, mas o proprietário da Boate, Diego "Xodó", estava presente como vítima e testemunha de acusação.
A situação só foi amenizada após repercussão em Palmas, através do site Portal CT, do amigo Cleber Toledo, e da jornalista Raimunda, que além de ligar e acompanhar desde o momento da prisão, postou matéria e telefonou mobilizando sindicato e autoridades. Com isso, lá pelas 23h, o delegado me comunicou que eu poderia pagar fiança e ir embora. 
Detalhe: quem teria mais de 3 mil reais àquela hora, em espécie? 
Uma mobilização de amigos conseguiram. Pago a fiança fui liberado, chegando em minha casa por volta de 1h. Além da mobilização jornalística de Cleber Toledo, a presença constante de amigos na delegacia, ajudou a que a situação não tomasse caminhos mais graves. Destaco os empresário Gustavo Aires, José Filho, o vereador Junior (PV), além de vários amigos. O certo é que apenas dois oficiais deram depoimentos, figurando como testemunhas de acusação, nem foto, nem vídeo, nada para corroborar o motivo pelo qual eu estava sendo preso.
Mas meus computadores ficaram apreendidos, sem ser relacionados quantos vídeos e fotos continham, ou seja, podem a qualquer momento "plantar" o que quiserem. já que estamos vivendo tempos de arbitrariedades...

Fonte: Sudeste Hoje