Mapa da Violência 2010
O objetivo do Mapa da Violência 2010, publicada pelo Instituto Sangari, é verificar o histórico, as características e tendências da violência homicida no Brasil, em diversas faixas etárias da população. Para isso, o Mapa desagrega os dados não só para unidades federadas, capitais, regiões metropolitanas, como também para os municípios, além de oferecer dados com recorte de cor (raça) e gênero.
O nosso Tocantins também aparece na publicação. Em 1997 o número de homicídios foi de 121, pulando para 224 em 2007, com picos de 236 em 2006. O crescimento no período, segundo a publicação, foi de 85,1%. Na avaliação dos números, por municípios, São Bento figura como o município mais violento em homicídios, segundo a publicação, com índice de 43,5 por cada grupo de mil pessoas; em segundo vem Nova Olinda, com índice de 39,9; e Augustinópolis em terceiro, com 39,4 homicídios por cada grupo de mil pessoas.
Palmas figura entre as capitais com um estrondoso 328,6% de aumento no número de homicídios - foram 7 homicídios em 1997 contra 30 registrados em 2007, com picos de 40 em 2001 e 39 em 2004. Apesar disso, a publicação excetua a capital tocantinense por sua recente formação e crescimento. Aliás, em quase todos os levantamentos isto é pontuado, apesar de também notar-se que as taxas, se comparadas com índices internacionais, estão bem acima do que seria tolerável.
Quando o assunto é morte de crianças e adolescentes (idades entre zero e 19 anos), o Tocantins teve aumento de 76,5% no período de 1997 a 2007 (período compreendido pela pesquisa). Palmas aparece em 90º lugar em uma relação de 200 cidades com maiores índices de mortes de crianças e adolescentes, com taxa de homicídio de 26,3; Formoso do Araguaia, neste levantamento, vem em 120º lugar com taxa de 24; e Araguaína figura em 141º lugar, com 22,4.
Gênero e cor - O levantamento traz ainda dados sobre número de homicídios levando-se em conta gênero e cor. Na aba cor, enquanto as mortes de brancos diminuiram entre 2002 e 2007 (de 39 para 32), o número de homicídios de negros aumentou de 136 para 187, no mesmo período. Na aba gênero, ocorre uma diferença muito grande. Enquanto em 2007 a taxa de homicídios de mulheres foi de 4,3, o de homens fio de 28,0, conforme o levantamento.
Faça o download da pesquisa completa aqui ou aqui.
Texto: Samuel Lima com site Novos Diálogos
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O autor da pesquisa comenta os dados:
O assunto foi publicado assim no Jornal do Tocantins, em 30 de março de 2010.
Tocantins ocupa 24ª posição no ranking de homicídios
Taxa por 100 mil habitantes no estado é de 17,2 em 2007; dados são do mapa da violência 2010, divulgado ontem em sp
Elaine Patricia Cruz (ABr) e Julliana Ribeiro
Palmas e São Paulo (SP)
Palmas e São Paulo (SP)
Em 1997, o Tocantins figurava na 22ª posição com taxa de 13,9 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2007, foi para 24ª posição, com taxa de 17,2 homicídios por 100 mil habitantes. O Estado perde apenas para São Paulo (25º, com 17,1), Piauí (26º, com 14,4) e Santa Catarina (27º, com 11,3). O ranking do mapa é liderado por Alagoas, com taxa de 59,6 homicídios por 100 mil habitantes.
O número de homicídios mostrou tendência de queda no Brasil, de 1997 a 2007, de acordo com o estudo Mapa da Violência 2010 - Anatomia dos Homicídios no Brasil divulgado ontem, em São Paulo. De autoria do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari, o estudo revelou que o número de homicídios passou de 25,4 por 100 mil habitantes em 1997 para 25,2 por 100 mil habitantes em 2007. A queda foi maior nas capitais do país, onde as ocorrências passaram de 45,7 homicídios a cada 100 mil habitantes em 1997 para 36,6 em 2007. Porém, no interior, os números são bem diferentes.
Na capital tocantinense, Palmas, a taxa de homicídios é de 12,8 a cada 100 mil habitantes, sendo que na faixa etária entre 15 e 29 anos, essa taxa é de 18,9 e de 0 a 19 anos pula para 26,3, a cada 100 mil habitantes.
A taxa de homicídios no interior do país cresceu de 13,5 (a cada 100 mil) em 1997 para 18,5 em 2007. De acordo com o estudo, os dados indicam o fenômeno da “interiorização da violência”, que começou na virada do século, e consiste no deslocamento dos polos dinâmicos da violência das capitais e regiões metropolitanas para o interior.
Crescimento
Além disso, o estudo mostrou que desde 1980 a violência continua crescendo entre os jovens brasileiros. Se a cada 100 mil jovens (entre 15 e 24 anos) 30 deles morriam por homicídio em 1980, o número saltou para 50,1 em 2007. “Assim, pode-se afirmar que a história recente da violência que resulta em homicídio, no Brasil, é a história do crescimento dessa violência entre jovens. Uma não terá solução sem a outra”, afirma Waiselfisz no estudo, segundo o qual 512,2 mil pessoas morreram no Brasil vítimas de homicídio entre 1997 e 2007.De acordo com o Mapa da Violência, em mais de 90% desses casos de homicídio as vítimas eram homens e os mais atingidos período foram os negros: se em 2002 morriam 46% mais negros do que brancos, em 2007 a proporção cresceu para 108%.
Além disso, o estudo mostrou que desde 1980 a violência continua crescendo entre os jovens brasileiros. Se a cada 100 mil jovens (entre 15 e 24 anos) 30 deles morriam por homicídio em 1980, o número saltou para 50,1 em 2007. “Assim, pode-se afirmar que a história recente da violência que resulta em homicídio, no Brasil, é a história do crescimento dessa violência entre jovens. Uma não terá solução sem a outra”, afirma Waiselfisz no estudo, segundo o qual 512,2 mil pessoas morreram no Brasil vítimas de homicídio entre 1997 e 2007.De acordo com o Mapa da Violência, em mais de 90% desses casos de homicídio as vítimas eram homens e os mais atingidos período foram os negros: se em 2002 morriam 46% mais negros do que brancos, em 2007 a proporção cresceu para 108%.
Fonte: Jornal do Tocantins / Arquivo 30.03.2010