04/02/2009

Mosca na fronteira!

Avião vai lançar 200 milhões de moscas na fronteira entre Brasil e Uruguai Objetivo é controlar inseto que prejudica pecuária. Técnica já foi usada nos Estados Unidos. Quase 200 milhões de moscas serão lançadas de avião em cem quilômetros de fronteira entre o Brasil e o Uruguai. Essa é uma tentativa de combater um inseto que causa prejuízo para a pecuária. Revisar o gado diariamente. Só assim seu Armando Neves evita um prejuízo maior com a bicheira. Nem no inverno essas moscas dão trégua. “Sempre tem bicheira”, contou. A Secretaria Estadual de Agricultura mantém animais sentinelas em Quaraí (RS). São ovelhas que servem como iscas para monitorar a infestação. Técnicos coletam ovos e larvas duas vezes por dia. “Essa mosca é bastante resistente. Ela procura alimentação. Ela também procura nas árvores o néctar das flores para poder ter energia para voar até 280 quilômetros para encontrar um animal ou uma ferida onde ela possa depositar seus ovos e seguir o ciclo”, explicou a veterinária Ana Helena Schenkel. Prejuízo A estimativa do Ministério da Agricultura é de que a mosca cause um prejuízo anual de US$ 1,77 bilhão no Brasil. No Uruguai, são outros US$ 210 milhões. Por isso, os dois países se uniram em um projeto pioneiro na América Latina para tentar erradicar o inseto que em países como os Estados Unidos e o México não existe há mais de 20 anos. Em um aeroporto uruguaio, do outro lado da fronteira, foi montada a base do projeto. De avião, serão espalhados quase 200 milhões de moscas estéreis importadas do México, que devem acasalar com as bicheiras, mas não gerar larvas. Usando essa técnica, a mosca foi erradicada em 25 anos nos Estados Unidos. Nos países do Mercosul, a expectativa é de que isso possa acontecer em duas décadas. O coordenador uruguaio do projeto disse que, além de evitar os prejuízos, isso também abriria mercados para a exportação de animais vivos. As moscas já começaram a ser soltas e o trabalho deve durar nove semanas. Os voos avançam 30 quilômetros dentro de cada país, em toda a faixa de fronteira. Fonte: G1, com informações do Globo Rural