12/02/2009

O Filtro

Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009
Bom dia, Este é O Filtro, um roteiro do que há de mais relevante nos principais jornais do país hoje. Todas as manhãs, de segunda a sexta-feira, o boletim eletrônico estará disponivel no site de ÉPOCA. Boa leitura.

As dez mais de 12 de fevereiro Economia 1. Mais tempo de seguro-desemprego aos demitidos na crise O governo já espera o pior janeiro do mercado de trabalho desde 1999, quando houve uma grande desvalorização do real, informa a Folha. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que o saldo de vagas do mês passado foi negativo, com base em dados preliminares. Diante disso, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou ontem a ampliação da vigência do seguro-desemprego para os que foram demitidos a partir de dezembro de 2008. Antes, diz o Estadão, o prazo era de três meses; agora, será de cinco a sete meses. Se a situação se mantiver ruim, o número de parcelas do seguro pode passar para dez meses. Política 2. Se não é campanha, é o quê? A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi o principal nome do segundo e último dia do Encontro Nacional de Prefeitos, em Brasília, organizado pelo Palácio do Planalto. Na noite de terça-feira, numa festa em comemoração aos 29 anos do PT, ela discursou e também foi a estrela, diz o Globo, que fala em "palanque duplo" de campanha. Mas a estratégia mais pitoresca de promoção da ministra foi uma tenda, instalada fora do centro de convenções onde se realizava o encontro nacional, em que os prefeitos podiam tirar fotos ao lado dela e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – ou melhor, ao lado das imagens dos dois, numa fotomontagem um tanto tosca. A Presidência negou vínculo com a empresa que fazia as fotos, mas certamente não achou ruim os prefeitos voltarem felizes para suas terras, onde vão mostrar a lembrança de um dia com a ministra... 3. Dilma e Tarso são retirados de apuração sobre dossiê O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski retirou os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Justiça) da lista de possíveis investigados do inquérito da Polícia Federal que apura a elaboração e o vazamento de um dossiê com gastos oficiais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Não há até este momento fatos que justifiquem a investigação de autoridades em instância superior", disse à Folha (para assinantes) Lewandowski, relator do caso. Mas os dois podem voltar a ser incluídos na investigação, pois Lewandowski determinou o prosseguimento das apurações. O dossiê teria sido produzido dentro da Casa Civil, por ordem da secretária-executiva Erenice Guerra, considerada o braço-direito de Dilma. 4. "Síndrome do rabo-preso" deve salvar Edmar Moreira O deputado Edmar Moreira (DEM-MG), que deixou a Corregedoria da Câmara por conta principalmente da divulgação maciça de seu castelo no interior de Minas, pode se safar de uma representação no Conselho de Ética. E o motivo é a tal "síndrome do rabo preso", como bem define o Correio Braziliense (para cadastrados): todas as acusações que recaem sobre ele – omissão de informações à Receita, dívidas com a Previdência e sonegação – também atingem ao menos 30 parlamentares, alvos de investigação no Supremo e em tribunais estaduais de primeira instância. O telhado de vidro, pelo jeito, já quebrou faz tempo... Criminalidade 5. Jovens, com boa vida...e traficantes de drogas sintéticas Uma operação da Polícia Federal, realizada ontem, prendeu 51 pessoas de duas quadrilhas que mandavam cocaína para a Europa e traziam de volta ecstasy e LSD. Mas o que chamou mesmo a atenção foi o perfil da maioria dos detidos: jovens de classe média do Rio de Janeiro. Um dos presos, relata O Globo, morava na cobertura de um prédio no bairro nobre da Lagoa, na zona sul, e era o fornecedor de drogas sintéticas da região. O jovem era dono de uma boca de fumo num morro carioca, onde chegava a passar noites inteiras – quando a família imaginava que ele estivesse em algum bar ou casa noturna. 6. Ex-presidente FHC propõe descriminalizar a maconha Também no Globo, uma reportagem mostra que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu a descriminalização do porte de pequenas quantidades de maconha para consumo pessoal. Ao apresentar o documento da ONG Comissão Latinoamericana sobre Drogas e Democracia, FHC disse que os políticos têm medo de debater o assunto. "Se gasta uma fortuna na guerra às drogas e houve aumento do consumo e da criminalidade. Algo está errado e apelo para uma mudança de paradigma", afirmou o ex-presidente. Além de FHC, a comissão é liderada por outros dois ex-presidentes: César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México). 7. A violência dos trotes estudantis A aplicação de trotes em calouros é uma prática antiga, mas nunca foi muito bem assimilada socialmente. Agora, o surgimento na mídia de vários casos de violência e humilhação extremas – no último, uma jovem grávida sofreu queimaduras ao ser atingida por uma mistura de produtos químicos em Santa Fé do Sul (SP) – reativa o debate sobre as implicações dessa tradição universitária. Em seu blog no site de ÉPOCA, o colunista Paulo Moreira Leite diz que o "trote destes garotos é a escola da impunidade". "São filhos da opulência e da arrogância. Eles aprendem, desde cedo, que não há nada a temer. A lei existe para servi-los e a ordem, para ajudá-los." 8. Skinheads atacam brasileira grávida de gêmeos na Suíça Um episódio ocorrido na segunda-feira perto de Zurique, na Suíça, demonstrou mais uma vez que manifestações de bestialidade não estão restritas a países considerados mais atrasados. Uma advogada brasileira de 26 anos, grávida de gêmeos, foi atacada por três skinheads (um deles com uma suástica tatuada na cabeça) e teve boa parte do corpo retalhada por estilete. A jovem acabou perdendo os bebês. Segundo a Folha (para assinantes), "algumas das marcas de estilete que atingiram especialmente as pernas e a barriga da advogada formam a sigla SVP, do Partido do Povo Suíço, que defende políticas anti-imigrantes consideradas, muitas vezes, racistas pela oposição". Em tempo: a brasileira, que não corre mais risco de morte, morava legalmente na Suíça, onde trabalhava para uma empresa dinamarquesa. Mundo 9. Pacote de Obama é reduzido pelo Congresso Os líderes da Câmara e do Senado americanos se reuniram ontem em Washington para fechar o acordo sobre o pacote de estímulo econômico enviado pelo Executivo. Nem os US$ 838 bilhões aprovados pelo Senado nem os US$ 820 bilhões da Câmara: o projeto acabou ficando mesmo em US$ 789 bilhões, informa o The New York Times. A redução dos gastos desagradou aos congressistas democratas, mas a maioria concorda que não havia espaço para conseguir muito mais do que isso, dada a clara resistência dos republicanos, tanto no Senado quanto na Câmara. 10. Negociação entre partidos aprofunda incertezas em Israel Depois da apertada vitória do Kadima nas urnas, os líderes dos partidos israelenses estão em intensa negociação para tentar formar a coalizão de governo. O principal alvo de Tzipi Livni (Kadima) e Binyamin Netanyahu (Likud) – os dois principais candidatos a primeiro-ministro – é conseguir o apoio de Avigdor Lieberman (Yisrael Beitenu), mas o Jerusalem Post informa que o Beitenu estuda lançar o próprio Lieberman como postulante ao cargo. E, para embaralhar ainda mais o processo, Netanyahu está ameaçado de não receber o apoio de partidos que sempre foram alinhados ao Likud, como a União Nacional. O indicado pelo presidente Shimon Peres deve ser conhecido na semana que vem. Leia as demais notas do dia em www.ofiltro.com.br. No site, você pode também fazer comentários e acessar o arquivo da coluna.